Depois de dois anos com o preço dos carros novos e usados nas alturas, a expectativa de consumidores para 2023 é alta. Como o mercado de veículos vai se comportar neste ano?
Fatores provocados pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que levaram à escassez de matérias-primas e componentes eletrônicos, vão perdurar? Qual é a tendência para a política de juros, que serve como base para financiamentos?
Afinal, será mais fácil adquirir ou trocar um veículo? Nas próximas linhas, responderemos essas e outras perguntas.
Mercado de veículos 2023
O que você vai encontrar neste artigo:
Exercício de futurologia
Antes de mais nada, é preciso ressaltar que fazer previsões não é uma ciência exata. Para isso, o mercado se baseia no cenário atual projetado de acordo com a “normalidade”. Mas fatores imprevisíveis, como a própria pandemia e a guerra supracitadas, podem mudar tudo.
Dito isso, neste texto usaremos como base para a análise a posição da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), exposta no início de 2023 em uma entrevista coletiva de seu presidente, Márcio de Lima Leite.
Más e boas notícias
A maior preocupação da Anfavea diz respeito ao aumento na alíquota de alguns impostos, principalmente o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), já decretado por 12 estados. Ele afeta diretamente os preços dos automóveis e peças.
Outro desafio é na retomada da oferta de componentes (como chips e semicondutores). Mas já houve uma melhora na indústria do setor em 2022 e a tendência é de normalização neste ano.
Um outro ponto a considerar é que, com a pandemia, a taxa de juros básica no Brasil saiu de 2% para 13,75% em pouco mais de dois anos. Como cerca de 35% das vendas no Brasil são financiadas, o custo das parcelas ficou mais cara. Para 2023 a expectativa é, na melhor das hipóteses, uma leve queda da taxa no segundo semestre.
Mais uma boa notícia é que, do lado dos insumos, o frete já voltou ao normal. Ainda que haja alguma pressão, como a tentativa das siderúrgicas de subir o aço em 10% neste início de 2023, o preço das commodities devolveu parte da alta no segundo semestre de 2022.
Análise de tendência
Vale lembrar que a variação de preços dos carros usados costuma ser mais agressiva do que a que ocorre entre os veículos novos. Ou seja: quando os novos encarecem, os seminovos aumentam ainda mais os preços, proporcionalmente. E quando as fabricantes descontam preços, a tendência é dos seminovos descontarem ainda mais em valores percentuais.
Como a tendência é de estabilização dos preços dos carros 0km, é bastante provável que haja uma redução dos preços dos seminovos, mesmo que não ainda no patamar do período pré-pandemia.
Aliado a tudo isso, a Anfavea prevê um aumento de 5% a 10% na venda de automóveis novos, pois ainda há uma demanda reprimida de alguns modelos e o nível de vendas ainda está 20% abaixo de 2019. Com mais carros no mercado, há mais oferta que demanda e isso derruba os preços.
Terceirização de frotas
Um serviço que sofre impacto direto da queda de preços do mercado de veículos é a terceirização de frotas, como a oferecida pela Let’s. Com preços mais competitivos, fica mais fácil oferecer uma variedade maior de veículos com valores menores.
Lembramos que a terceirização é uma ótima opção para empresas interessadas em baixar os custos com a frota de veículos, aumentando a eficácia e a produtividade.
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